O engenheiro e ex-consultor organizacional Marcus Vinícius Carvalho Rodrigues, 63, foi nomeado nesta terça-feira para o cargo de presidente do Inep, instituto do Ministério da Educação responsável pela realização do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e pela avaliação do ensino no país.
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A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União. Ex-professor adjunto da FGV, Rodrigues é uma indicação do grupo ligado aos militares no governo de Jair Bolsonaro.
Antes de ser nomeado, participou das discussões ainda na etapa de transição para o novo governo.
Na plataforma Lattes, que reúne seu histórico acadêmico, Rodrigues já aparecia nesta terça como novo presidente do Inep, além de ter sido "executivo, consultor organizacional, palestrante, professor em cursos de pós-graduação e escritor".
Formado em engenharia elétrica pela UFC (Universidade Federal do Ceará), ele tem mestrado em administração de empresas pela UFMG e doutorado em engenharia de produção pela UFRJ. Também atuou por quase 20 anos como executivo dos Correios.
Apesar de Rodrigues ter sido anunciado como cotado para o posto desde o início de janeiro, a demora para publicação da nomeação foi interpretada por alguns membros do setor como uma demonstração de que a equipe de Bolsonaro estava com dificuldades em oficializar um nome. Segundo o Inep, no entanto, Rodrigues já atuava na montagem da equipe nas últimas semanas.
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Em nota divulgada nesta terça, Rodrigues disse que pretende trabalhar para "melhorar a qualidade, aumentar a confiança e diminuir os custos para que o Inep consolide sua excelência em avaliação, estatísticas e estudos educacionais".
ENEM
A escolha para a presidência do Inep era uma das mais esperadas da nova gestão devido à polêmica em torno de declarações recentes de Bolsonaro sobre o Enem.
Crítico de perguntas feitas no exame de 2018, como uma menção a linguagem da comunidade LGBT, Bolsonaro disse em novembro que pretendia "tomar conhecimento" das questões com antecipação, para privilegiar "questões realmente voltadas ao que interessa".
A intenção provocou reação de educadores, para quem há risco à credibilidade técnica e ao sigilo do exame, que no último ano teve 5,5 milhões de inscritos.